A sociedade tem vindo, gradualmente, a tornar-se menos preconceituosa, embora indícios de certos preconceitos ainda continuem associados a certos indivíduos, geralmente mais idosos.

            De facto, até há bem pouco tempo, a sociedade era bastante conservadora e preconceituosa. No que dizia respeito à ilegitimidade, uma criança nascida fora do casamento era considerada um “filha de ninguém” e, consequentemente, era marginalizada, assim como os seus pais. Por exemplo, na obra Frei Luís de Sousa, texto dramático original de Almeida Garrett, D. Madalena, mulher viúva, casou pela segunda vez e teve uma filha, mas o seu primeiro marido não tinha falecido e voltou, destruindo a família. O casal ingressou em conventos separados e a sua filha morreu, tanta era a vergonha (apesar de existirem outros fatores que contribuíram para o sucedido). Hoje em dia, um casal que tenha filhos tem a possibilidade de se divorciar, voltar a casar e ter outros filhos, o que seria considerado um escândalo antigamente.

            Outro dos preconceitos que desapareceu foi em relação ao vestuário feminino. Uma mulher poderia ser espancada caso as suas roupas não correspondessem ao que deveria usar. Por exemplo, no início do século passado, uma mulher deveria ter os ombros cobertos, não deveria usar decote, as pernas não poderiam de maneira alguma estar despidas e, acima de tudo, era proibido usar calças. Uma professora minha contou-me que a sua mãe lhe rasgou as calças que tinha quando era nova. Atualmente, os padrões da moda são muito diferentes. Já é permitido às mulheres usar a roupa que quiserem e existem diversos estilos.

            O preconceito social é um defeito presente na sociedade há muitos séculos, mas que, felizmente, tem vindo a desaparecer e a sociedade tem-se tornado mais liberal.

Miguel Andrade

11º17