Lembro-me, quando era pequeno, de ter tido um cão especial. Chamava-se Lasse.
Lembro-me do seu cheiro, da forma como dormia e como se aconchegava aos pés do meu pai.
Lembro-me do tempo que perdia com a minha mãe e a minha irmã a tentar lavá-lo, para, logo a seguir, nos escapar e, todo molhado, sair a correr para os campos da vizinhança.
Lembro-me quando acordava com o seu ladrar, logo pela manhã.
Lembro-me do seu pelo, da sua cauda a abanar, de o ver seguir o meu pai para onde quer que ele fosse. Afinal, o cão é o melhor amigo do homem.
Lembro-me de o ver com outros cães, de o ouvir ladrar para as pessoas que passavam para lá do portão de entrada.
Lembro-me do dia em que faleceu, desse triste dia em que deixei de o ver, de o ouvir e de poder brincar com ele durante horas a fio.
Lasse era, na verdade, um cão brincalhão, feliz e fiel. A sua morte deixou em toda a família saudades e um enorme vazio.
Miguel André Chaves, 10º40