A partir do estudo da obra Sermão de Santo António aos Peixes, de António Vieira
No século XVII, Padre António Vieira luta contra a escravização dos indígenas, criticando violentamente o comportamento dos colonos no Sermão de Santo António aos peixes.
Deste modo, o pregador denuncia as graves injustiças que se viviam no Brasil, especialmente em São Luís do Maranhão. Assim, acusa os colonos de explorar e maltratar os indígenas, procurando apenas o enriquecimento rápido. Na atualidade, os patrões exploram os seus empregados, pagando salários baixos e exigindo muitas horas de trabalho; tal como no séc. XVII, visam apenas o lucro.
Além disso, o orador denuncia o oportunismo dos homens do seu tempo, referindo-se especificamente aos que acompanham os governadores, tentando beneficiar económica e socialmente. É o caso do que continua a acontecer, no século XXI, em que muitas pessoas se aproveitam de outras beneficiando das posições que ocupam, muitas recebem salários acima do que seria justo, outras ganham reconhecimento e status social.
Para concluir, verificamos que as palavras de Vieira no sermão são ainda pertinentes relativamente à sociedade atual. Passados quatro séculos, a humanidade pouco evoluiu em termos de valores morais. Cabe a cada um de nós, cidadãos do mundo, a responsabilidade de seguir os conselhos de Padre António Vieira e tornar a sociedade mais justa e igualitária.
Sara Ysabel Freitas, 11º 11
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O Sermão de Santo António aos Peixes é um texto em que Vieira condena os comportamentos dos humanos. O orador luta contra a escravização, criticando as atitudes dos colonos que se aproveitavam dos indígenas. Esta obra pode ser considerada intemporal, pois, apesar de ter sido escrita há muito tempo, repreende os comportamentos da atualidade, ou seja, transmite uma mensagem universal e cada vez mais atual.
Podemos confirmar a luta de Vieira contra os mais fracos através das suas repreensões ao longo da obra. Como refere no texto, os homens mais ricos “comem” os mais pobres, ou seja, os homens mais poderosos aproveitam-se dos mais fracos. Na nossa sociedade atual, os homens alimentam a sua sede de poder e riqueza explorando os mais fracos. As pessoas são ambiciosas e egoístas ao ponto de só pensarem em si próprias, querendo sempre o melhor para si, mesmo que tenham que prejudicar alguém. Isto reflete-se na atualidade em várias situações, como é o caso do abuso do poder por parte dos políticos que se aproveitam do povo.
Além dos homens mais poderosos se aproveitarem dos mais fracos, os gananciosos “colam-se” aos mais ricos para obterem proteção. Na sociedade atual, isto é cada vez mais comum. Os homens de classe média agarram-se aos superiores para atingirem os seus objetivos, quer a nível social quer a nível profissional. É o caso dos funcionários que se aproximam dos chefes por interesse, para terem maior garantia no emprego e proteção perante os colegas.
A maioria das pessoas deixa-se levar pela cobiça e pelo interesse. Se Vieira vivesse em pleno século XXI talvez continuasse a indignar-se com o comportamento dos homens. Não seríamos mais felizes se nos tornássemos mais humildes? Há que mudar a nossa atitude! O mal da sociedade está na incapacidade humana de pensar mais nos outros e menos na sua pessoa.
Helena Cruz e Lígia Bettencourt, 11º9
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Padre António Vieira foi um orador do séc. XVII, criador da obra O Sermão de Santo António aos Peixes onde, metaforicamente, critica a sociedade e os comportamentos dos seres humanos. O sermão, com ideias avançadas para a sua época, impõe-se contra a escravatura e a exploração dos índios e negros por parte dos civilizados. As suas palavras subsistem na realidade atual, trazendo-nos à memória O Principezinho de Saint-Exupéry que segue a mesma linha de pensamento.
No século em que vivemos, a civilização conhece os direitos e deveres da sociedade, afirmando a dignidade humana. Contudo, ainda persistem injustiças sociais como é o caso da escravatura. Embora dissimulada, esta existe para tráfico de seres humanos, prostituição e venda de órgãos. Atualmente, existem inúmeros exemplos de traição, falsidade e hipocrisia por parte de alguns países desenvolvidos na tentativa de se imporem como potências sociais e obterem cada vez mais poder. Tal pode verificar-se com o governo americano que utilizou escutas clandestinas para espiar os países aliados.
Padre António Vieira critica o oportunismo presente na sociedade seiscentista, problema que ainda hoje se observa, uma vez que as pessoas se aproveitam de outras para obterem facilidades em benefício próprio. É o caso de alguns países da América do Sul, como a Venezuela, em que muitos tentam colaborar com o presidente a fim de progredirem na sociedade. Existe também uma grande desigualdade alimentar, pois há superprodução de comida nos países ocidentais que têm a tendência de desperdiçar toneladas de bens alimentares por dia que serviriam para alimentar muitos países do Terceiro Mundo.
Podemos, assim, constatar que os comportamentos inadequados dos humanos são os principais responsáveis pelas desigualdades sociais. É, por isso, necessário tomar medidas na tentativa de alertar a população para a igualdade dos Direitos Humanos, a fim de vivermos num mundo livre e justo.
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Mariana Nóbrega e Francisca Figueiroa, 11º2
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O Sermão de Santo António aos Peixes foi de grande mérito. Criticou uma prática sub-humana muito usada durante séculos, a escravatura, que, infelizmente, se estende até à atualidade.
Atualmente, realçam-se várias injustiças na nossa sociedade presentes também em Padre António Vieira, como é o caso da antropofagia social, designada por Vieira como o facto de os homens “se comerem” (explorarem) uns aos outros, nomeadamente, os grandes e mais poderosos maltratam os mais pequenos e fracos. Hoje em dia notam-se vários exemplos desta exploração entre os homens, nomeadamente no trabalho. Vários países subdesenvolvidos da Ásia e da África não obedecem às regras subjacentes à Declaração Universal dos Direitos humanos. Nestes países, tanto crianças como adultos e idosos são obrigados a trabalhar segundo condições precárias e durante demasiadas horas.
Outro aspeto está relacionado com os defeitos dos homens, tendo como exemplo a vaidade e a cegueira. No século XVII, Padre António Vieira explica estes dois defeitos mencionados referindo que os peixes são cegos e deixam-se enganar pelo isco, sendo assim pescados, o que leva à sua morte. Vieira relaciona isto com os homens da sua época mencionando que estes se deixam pescar pela vaidade (de serem nobres e defenderem a pátria e de possuírem vestuário requintado, o que leva respetivamente à morte e a uma vida de trabalho). Este assunto está diretamente relacionado com os homens dos nossos dias. Estes, atualmente, são cegos e ignorantes e deixam-se enganar sendo “pescados” também pela vaidade de serem os melhores e de terem o melhor (a posse dos bens materiais mais desejados cria uma falsa sensação de felicidade e o sentimento de superioridade em relação às outras pessoas).
Considerando tudo o que foi referido anteriormente, está, nos seres humanos, o poder de alterar estas desigualdades sociais, tal como o incumprimento dos direitos humanos que levam a uma discrepância de igualdade de direitos que nascem com todos nós. Dado que o homem ainda não chegou a esta conclusão, e por consequência não alterou estes maus hábitos a mensagem de Vieira.
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Maria Clara Leça, Teresa Caroto, Teresa Silva, 11º2
Em O Sermão De Santo António Aos Peixes, Padre António critica fortemente o comportamento dos colonos e condena a escravização dos índios. Os assuntos abordados no sermão são ainda aplicados à nossa realidade atual, uma vez que se verificam estas atrocidades, como a exploração e a escravização, que põem em causa a dignidade humana.
Vieira aborda o tema da exploração, que na sua altura era visível no Brasil por parte dos colonos que escravizavam os indígenas, usando-os como mão-de-obra barata para aumentarem a sua riqueza. Apesar de esta situação não ser tão visível atualmente, ainda se pode verificar em países subdesenvolvidos, em que as condições de trabalho são precárias, os salários muito reduzidos e há uma acentuada sobrecarga horária.
Tal como no século XVII, ainda hoje os “grandes comem os pequenos”. O que na altura era visível, sobretudo na atitude egoísta dos colonos, é ainda visível, por exemplo, em muitos países, mesmo desenvolvidos, em que o aumento dos impostos é constante e exagerado, levando algumas famílias à miséria e ao desespero, apenas por ganância por parte dos mais poderosos, que, por terem estatutos sociais elevados, condenam os mais fracos.
Outra represália feita ao comportamento dos seres humanos no Sermão é a sua cegueira e ignorância, resultado da vaidade. A vaidade é ainda uma causa dessa cegueira e ignorância e muitas são as pessoas que se deixam enganar. É o caso de pessoas mais desfavorecidas que, para obterem melhores condições, muitas vezes se deixam manipular por outros.
Face a todos estes problemas sociais que persistem, principalmente nos países menos desenvolvidos, tais como injustiças sociais e má definição de prioridades por parte dos humanos, muito tem de ser feito de forma a haver melhorias. É de esperar que, se medidas forem tomadas, a exploração e escravização não sejam mais motivo de preocupação.
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Eva Lopes e Laura Lopes, 11º8
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No Sermão de Santo António aos Peixes, Padre António Vieira luta contra a escravatura e critica o comportamento dos seres humanos. Quatro séculos volvidos e estas temáticas, apesar de apresentarem contornos diferentes, mantêm-se ainda muito atuais. Isto demonstra a intemporalidade da obra.
Padre António Vieira, no capítulo IV da sua obra, na confirmação, demonstra esses comportamentos do Homem, dizendo que se comem uns aos outros (num sentido conotativo) e que ainda pior é que os grandes comem os pequenos, que não têm forma de se defender. Este tema relacionava-se com a vida na cidade, onde os mais ricos e poderosos se aproveitavam dos mais pobres e indefesos. No entanto, atualmente, estes problemas persistem e talvez até se encontrem mais intrínsecos na nossa sociedade. No nosso século, ainda observamos muitos flagelos sociais. É o caso da falta de valores do Homem no mercado de trabalho e das redes de tráfico humano.
No mundo do trabalho vence o mais forte. Muitas vezes as pessoas não olham a meios para atingir os fins e aproveitam-se dos mais ingénuos. Com a crise económica e financeira, que provocou um aumento do desemprego, esta situação agravou-se.
Existem ainda casos mais dramáticos, quando se raptam pessoas e se distribuem como mercadoria para trabalhar, sem nunca receberem nada a não ser condições precárias de habitação e alimentação nas redes de tráfico humano, que evoluíram e são agora muito mais complexas que há quatro séculos.
Tudo isto demonstra a corrupção do Homem que Padre António Vieira repreendia e tentava solucionar com o Sermão de Santo António aos Peixes. E, apesar de ser muito difícil acabar com uma corrupção tão intrínseca e antiga como esta, existem algumas soluções. Como por exemplo uma maior difusão de valores desde criança, com campanhas governamentais, alguns programas infantis que divulguem essas mensagens de maneira subtil e sem chocar, e também criar medidas nas empresas de forma a que as pessoas sejam recompensadas pelo seu próprio trabalho e não pelo dos outros.
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Henrique Rodrigues, 11º5
Vieira, no Sermão de Santo António aos Peixes, defendeu aqueles que eram escravizados, os índios, e criticou alguns comportamentos dos homens. Ao fazê-lo, mencionou muitos valores, valores esses que se mantêm atuais, mesmo quatro séculos depois.
Hoje em dia, cada vez mais o Homem aproveita-se dos mais fracos, tal como está referido no sermão. O orador afirmava “Os homens (…) vêm a ser como os peixes que se comem uns aos outros”, isto é, os mais ricos e poderosos exploravam os mais pobres e desprotegidos. Atualmente, infelizmente, estes atos ainda continuam, o que mostra que, passado tanto tempo, o sermão ainda se mantém atual.
Para além disto, há ainda mais críticas que António fez e que se mantêm contemporâneas. Ao lermos a obra, encontramos, por exemplo, dois peixes muito caraterísticos: o roncador e o voador. O primeiro representava o orgulho, a arrogância. Estas caraterísticas fazem com que, no texto, os peixes se vangloriem e percam a humildade. No século XXI, contudo, continuamos a agir como “roncadores”. O segundo peixe, o voador, designava a ambição desmentida, a ganância, a presunção. Segundo o Padre, estes peixes eram os mais infelizes; por quererem mais do que tinham acabavam, pois, por sofrer todos os riscos a dobrar. Embora tenham decorrido quatro séculos, podemos constatar que o Homem continua a querer voar demasiado alto, mais do que deveria.
Concluímos, então, que a humanidade não evoluiu nada relativamente aos comportamentos que tem. Há muito para fazer se quisermos mudar: podemos sonhar, querer mais, todavia sem querer passar por cima de tudo e de todos, sem deixar de valorizar primeiro o que temos; há que manter a humildade e esquecer o orgulho, dar o braço a torcer e, por fim, não nos aproveitarmos dos mais fracos, em vez disso, devemos ajudá-los a tornarem-se mais fortes.
*Isabel Camacho, 11º5
O Sermão de Santo António aos Peixes, escrito no séc. XVII, critica a antropofagia social, bem visível na época em que foi escrito, e visa lutar contra a escravização de que os índios brasileiros eram alvo nessa altura.
Contudo, muitas são as atitudes da sociedade que mantêm esta obra cada vez mais atual. Tal como na obra, em que os peixes maiores comiam os mais pequenos, nos nossos dias, os mais poderosos exploram, roubam e aproveitam-se dos mais fracos para atingir os seus objetivos. Do mesmo modo, o desrespeito pela vida humana, retratado na obra pela escravização dos povos indígenas, não deixa de estar presente na atualidade. Infelizmente, mesmo após quatro séculos, a obra de Vieira continua atual, retratando a nossa sociedade. O mesmo acontece quando, no nosso país, o governo corta os ordenados da função pública e as autoridades abusam do poder punindo pessoas inocentes, ou, então, quando pessoas corruptas são absolvidas injustamente.
Quantas vezes, assistindo ao telejornal, surgem notícias sobre raptos, violações e tráfico humano por todo o mundo? Desrespeito pela vida humana não se trata apenas da escravização contra a qual lutou António Vieira. Nos dias de hoje é cada vez mais visível o menosprezo pela vida do outro, cada vez mais nos deparamos com pessoas que olham para a vida do outro como um meio para atingir um fim, pondo em causa o valor da vida humana.
Façamos algo para contrariar a presença na atualidade da obra escrita por Vieira, sendo pessoas melhores e não nos deixando dominar pela corrupção. O valor da vida humana é inquestionável e ninguém tem o direito de o colocar em causa ou apoderar-se de outrem para sobreviver. Já Aristóteles dizia, “O valor final da vida depende mais da consciência e do poder de contemplação, que da mera sobrevivência.”
Diana Coelho, 11º8
Ano letivo 2013-2014