Ai como sofre a menina
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Ai como sofre a menina!
Tão pequena naquele mundo,
seguindo os passos dos gigantes
que a viram chegar a este sítio imundo.
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Ai como sofre a menina!
Sem mão na sua vida,
por eles guiada,
procurando o que lhe falta
nos braços da mãe amada.
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Ai como sofre a menina,
aguardando crescer!
Desejo, então, menina
que um dia não queiras perecer.
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Que sigas agora o teu caminho
em direção à tua sina
e que nunca mais volte a dizer:
“Ai como sofre a menina!”
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Carolina Andrade, Cristiana Nunes, Laura Xavier e Pedro Gonçalves, 10º 11
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Sem inspiração
estou agora,
tento apelar à imaginação
mas ela demora.
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Não consigo pensar em algo
que faça rimas.
É como querer acertar o alvo
com a flecha apontada para cima.
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Não acho um bom assunto
que se organize bem em versos,
mesmo sabendo que, no mundo,
há mil assuntos diversos.
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Ai que coisa chata,
não consigo imaginar!
Isso quase me mata,
porque é horrível não poder pensar.
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Mas, espera um momento,
mesmo não tendo tema,
se estas frases vou relendo
vejo que é um poema.
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Leandro Mateus, 10º11
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Ergueste-te em chamas
do fundo do oceano,
encheste-te de verde
E és algo de soberano.
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Dos mais frios montes
às mais quentes praias,
das palmeiras às faias,
as mais belas do horizonte,
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encontrámos em ti:
uma casa por decorar,
uma mulher por amar,
sereia deste mar!
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Amor da minha vida,
após este cântico,
foste concebida:
a Pérola do Atlântico!
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Francisco Morganho, João Afonso, Paulo Silva e Tomás Santos, 10º 5
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Aqui, sentado na cadeira,
sem nada para escrever
parece que me falha a imaginação.
Não sei o que fazer.
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É suposto escrever um poema,
mas, sinceramente, já nem sei.
Estou a tentar encontrar rimas,
parece que agora rimei.
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As palavras soltas na cabeça,
tento juntá-las aqui.
Este é, provavelmente,
o mais estranho poema que já escrevi.
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Para terminar este poema,
estes versos vou soltar.
Posso não ser um Pessoa
mas pelo menos sei rimar.
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André Marques, Henrique Vargas, João Gomes da Silva, Pedro Cardoso, 10º5
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A viagem
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Escrever é viajar,
sonhar, imaginar.
O lápis, a minha caravela,
o papel, o meu mar.
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Viajo sozinho, acompanhado,
guiado pelas estrelas
que me iluminam a passagem.
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A minha mente vagueia em ti,
livre e cheia de esperança.
Procuro o meu porto de abrigo
que me consiga salvar desta insegurança.
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Cheguei ao destino final,
cansado desta viagem fenomenal,
trarei sempre no coração
a viagem passou
e as memórias para sempre ficarão.
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Pedro Pais, 10º 5
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O jardim
Consideremos o jardim, mundo de pequenas coisas,
um longo e silencioso campo,
repleto de cores vivas,
um mundo completo, cheio de vida,
calhaus, pétalas, folhas e flores.
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Por vezes, ouvia-se um murmúrio
escuro e obsceno,
das varandas verdes surgiam, na fresca e calma primavera,
curvas vagarosas batendo umas nas outras.
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O silêncio, nessa altura, era escasso,
por vezes, um autêntico fracasso.
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Rita Alves da Silva, 10º3
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Navegando sem rumo certo,
sem ninguém a acompanhar-me,
de repente, vi bem perto
uma mulher a caminhar
que me disse ao ouvido:
“Ao teu lado eu quero estar,
E para sempre te vou amar.”
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Como um navio,
o meu olhar
navegava no teu corpo,
feito de água
branca e limpa,
sem nenhuma marca
nem imperfeição.
Teus olhos azuis
são tornados
que levam meu coração.
E teus cabelos longos,
cor de ouro, minha ambição.
*
Vou até a varanda
e oiço a tua canção,
logo em seguida, caio
no chão macio
do teu coração.
Por favor, não digas não,
pois o meu desejo
é morrer nas tuas mãos.
As mãos que roubaram
o meu coração.
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Pedro Gonçalves 10º 11