A minha grande deceção

Aconteceu, há já alguns meses, a minha não primeira, mas, até agora, maior deceção. Ela mudou a minha vida, a minha maneira de ser, o meu modo de agir. Mudou, tudo.

Existe uma pessoa que, desde que a conheci até ao dia de eu deixar este mundo, permaneceu e permanecerá, para sempre, bem dentro do meu peito. Essa pessoa fez-me muito feliz durante alguns anos e todos os dias agradeço por isso.

Desde o dia 1 de janeiro de 2014 que não nos falamos e, sinceramente, não conheço bem as razões para tal coisa, talvez um pico alto de estupidez.

Há três dias atrás, estava eu na paragem para apanhar o autocarro, após um dia cansativo. Nunca esperei que, após aquele minuto, algo de bom acontecesse.

Entrei. Estava a tentar libertar a minha mente naqueles pequenos quintais das casas das pessoas por que o autocarro passava. E realmente consegui, abstraí-me um pouco do tudo que estava a passar-se à minha volta. O meu telemóvel vibrou, era uma mensagem da minha mãe a perguntar-me o que queria que fosse o jantar.

Entretanto, entrou um rapaz alto, confiante, bonito, com um ar alegre, mas também cansado. Reconheci-o. A alegria possuiu-me naquele momento! Era o meu melhor amigo, ou melhor, ex-melhor amigo (mas não gosto dessa expressão).

Esqueci a paragem em que tinha previsto sair, esqueci onde estava, abstraí-me uma vez mais do mundo. Era só eu, naquela alegria condicionada. Digamos que foi a melhor coisa que aconteceu nos últimos tempos.

Inesperadamente, ele sorriu, cumprimentou-me e sentou-se atrás de mim. Para minha surpresa, nós falámos como antes, com todas aquelas tolices, todas aquelas brincadeiras. Foi fantástico! Por momentos, o meu mundo parou no seu.

Não consegui parar de questionar-me, de questionar a nossa amizade ou, até mesmo, o nada que pudesse haver entre nós.

Dia após dia, quis saber se estava bem, se sentia tanto a falta da nossa amizade quanto eu.

Durante a nossa conversa, aqueles olhos verdes voltaram a brilhar como antes. Seria parte da saudade a partir do seu olhar? Ou até mesmo da sua alma?

Talvez…

Sara Patrícia Castro Abreu (10º 45)

Docente: Micaela Martins

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