O velho

O velho, numa tarde de inverno, observava o mar.

Encontrava-se descalço, com uma camisa da qual desaparecera a cor, com umas calças rotas nos joelhos. O seu rosto era descaído, pois os seus traços delineavam uma certa idade, era muito magro e estava apoiado na sua bengala castanha.

O senhor conversava com o mar acerca da sua vida difícil, triste e solitária. Entretanto, decidiu passar os seus pés, repletos de feridas, pelas águas geladas e salgadas. Passados alguns minutos, cansado, sentou-se num rochedo e, simplesmente, limitou-se a escutar o bater da água.

A lua chegou, o velho levantou-se e caminhou em direção a uma padaria. A empregada, quando o viu, olhou nos seus olhos e com um ar de ironia disse:

-Lamento, mas nesta padaria não se oferece pão e bolos.

O senhor magoado respondeu:

-Posso não ter muito dinheiro, mas sempre paguei tudo o que pedi. Além disso, a arrogância não lhe serve de muito, pois a vida dá muitas voltas e um dia posso encontrá-la pior do que eu.

A empregada, admirada, perguntou ao senhor o que desejava, este, magoado e indignado, disse-lhe que já não queria nada e que a rapariga pensasse no que ele lhe dissera, porque não é por ela ser arrogante que terá tudo na vida.

Sara Sousa Camacho (11º51)

Docente| Carla Martins

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