Hifenização

O novo Acordo Ortográfico propõe algumas alterações na utilização do hífen.

USO DO HÍFEN

1. Com compostos que designam espécies botânicas ou zoológicas: abóbora-menina, andorinha-do-mar, bem-me-quer, erva-doce, feijão-verde, formiga-branca;

2. Com os prefixos circum- e pan-, quando o segundo elemento começa por vogal, h, m ou n: circum-navegação; pan-africano;

3. Com os prefixos hiper-, inter- e super-, quando o segundo elemento começa por r: hiper-realista, super-resistente;

4. Com os prefixos pós-, pré-e pró-: pós-graduação, pré-fabricação, pró-europeu;

5. Quando o prefixo ou falso prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa pela mesma vogal: anti-ibérico, infra-axiliar, micro-ondas;

6. Com compostos com elementos além, aquém, não, quase, recém, sem: além-Atlântico; além-mar; aquém-mar; quase-contrato; recém-nascido; sem-vergonha;

7. Topónimos compostos iniciados pelos adjetivos grã-, grão-, por uma forma verbal ou cujos elementos estejam ligados a um artigo: Grã –Bretanha, Albergaria-a-Velha, Quebra-Costas, Trás-os-Montes.

8. Locuções em que o hífen foi consagrado pelo uso: água-de-colónia, arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-que-perfeito, pé-de-meia;

9. Com os advérbios bem e mal: bem-aventurado, mal-humorado [exceção: malditoso, benfeitor;

10. Com os prefixos ex-, sota-, soto-, vice-: ex-marido, sota-vento, soto-mestre, vice-diretor;

11. Com prefixos anti-, contra-, extra-, hiper-, intra-, pré-, supra- ou elementos não autónomos aero-, auto-, geo-, micro-, pan- quando:

11.1 a vogal da segunda palavra é a mesma com que termina o prefixo. Ex.: micro-ondas, anti-ibérico;

11.2 o elemento seguinte começa por “h”. Ex.: anti-higiénico, super-homem.

Notas:

Quando a palavra com “h” se junta com outros prefixos que não requerem o uso do hífen, como in-, des-, re-, o “h” é elidido e não se usa hífen: hábil – inábil.

Utiliza-se o hífen junto de duas ou mais palavras que ocasionalmente se combinam: Liberdade-Igualdade-Fraternidade, o percurso Lisboa-Porto.

SUPRESSÃO DO HÍFEN

1. Compostos em que se perdeu a noção de composição: chapéu de chuva, pão de ló, mandachuva, paraquedas;

2. Quando o prefixo ou falso prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por “r” ou “s”, duplicando-se a consoante: contrarregra, minissaia, antissemita, antirreligioso, contrassenso, microssistema;

3. Quanto o prefixo ou falso prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por vogal diferente: autoestrada, extraescolar, intraósseo,

4. Com o prefixo co-, mesmo quando o segundo elemento começa por “o”: coprodutor, cooperação [exceção: co-herdeiro]

5. Nas locuções com sentido unitário: sala de jantar, mesa de cabeceira, [exceções consagradas pelo uso: cor-de-rosa*, arco-da-velha*, pé-de-meia*, mais-que-perfeito]

* Já se admite no Portal de Língua Portuguesa sem o hífen: cor de rosa, arco da velha, pé de meia.

6. Verbo “haver” acompanhado da preposição “de”: hei de, hás de, heis de;

Notas:

As palavras formadas a partir de dois elementos autónomos e que constituem uma composição morfossintática mantêm o hífen: afro-asiático, arco-íris, decreto-lei, guarda-chuva.

Mantém-se o hífen na ênclise [pronome colocado à direita da forma verbal] e na mesóclise [pronome intercalado na forma verbal]. Ex. deixa-o, ei-lo, amá-lo-ei, dar-lhe-ia.

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